Não fizemos nada no pedaço de dia que ficamos acordados antes do show, afinal a abertura do portão estava marcada para às 16h. Como o apartamento aqui fica ao lado do Centro de Convenções, onde aconteceu o show, desde às 15h já ouvíamos barulho de música dos carros e de gente se encaminhando pra lá.
Tinha uma galera concentrada na frente, aproveitando para consumir toda a bebida que pudesse antes de entrar, já que lá dentro provavelmente tudo seria mais caro. E de fato era. Tudo bem que fora era MUITO barato: latão de Skol era 3 por R$ 5, e latinha R$ 1. Mais barato que no mercado e geladíssimas! Tomamos umas ali antes de entrar, afinal já eram quase 18h.
Mal entramos, compramos algumas fichas (lá dentro a Skol custava R$ 3, o que não achei caro pra um show) e o DJ que tocava em um grande palco parou. De repente ouvi os primeiros sons da guitarra de Durval Lélis e estranhei o fato de não ver a banda no palco. O Thomaz apontou para o lugar de onde vinha o som e aí entendi o porquê de a festa se chamar Trivela: eles tocam em cima de uma Trivela/Trio, que anda pelo meio do povo.
O show agita demais e a chuva até ajudou a refrescar, embora eu não seja desses que fica pulando muuuuito em um show de axé. Mas curti o suficiente cantando "O assa arrêa, arrêa, arrêa, arrêa, arrêa!" e "Quebraê, quebraê, olha o Asa aê". Me perdi do Thomaz mais ou menos no meio do show e só nos reencontramos no final. Falando em final, os caras tocam MUITO tempo. O Asa começou tipo às 18h, e parou às 22h! Depois veio a banda Kelsh, do sobrinho do Durval. Depois o Volney perguntou se ele tocava bem e, diante do silêncio, concluiu: "É, se o tio dele não é lá aquelas coisas, porque ele seria?". Na verdade, o forte desse povo é a animação, o pique e o carisma, nenhum deles é um super músico...
Eita povo animado!
A galera na festa pra mim não tinha muita diferença da galera que vi na Banda Eva em Piracicaba, festa do mesmo estilo. Isso falando do tipo de gente, da animação, etc. Criatividade nas roupas, animação, gente doida pra beber, pular e beijar na boca. Percebi, mais uma vez, que não é esse o meu tipo de festa. Quero dizer, vou, curto, mas não me sinto à vontade como em um barzinho jogando conversa fora...
Não ficamos até o fim da Kelsh. Pedimos da rua, no caminho de casa, uma portuguesa grande da pizzaria Pinóquio, que comi quase inteira porque o Thomaz capotou logo depois do banho e mal experimentou. Falando em comer (e o próximo post vai falar muito de comida), toda essa comilança me rendeu um ganho de 1,5kg, o que não é pouco, mas também não é muito, considerando que nas férias de Julho, em Piracicaba, eu provavelmente engordaria também, afinal só faço comer e dormir nessa época...
Mudando de assunto, aqui tem muitas dessas bancas de CD/DVD pirata. Tive a oportunidade de usufruir de algumas dessas aquisições. Uma delas é um CD que fica no carro, chama MPB MP3 e tem 428 faixas. É o que to copiando agora na Lan House e de onde ouço no momento Caetano, Gil, Leoni e Geraldo Azevedo. Muito bom! Também vi dois filmes, um que a mãe do Thomaz comprou, que chama Sedução, e apesar de bem feito tem um roteiro meio doentio. A história se passa em um internato de meninas.
O outro foi um documentário que acompanha um pastor evangélico (ex-traficante), policiais e traficantes nas favelas cariocas. Na capinha do piratão está escrito Rio Favela. Procurando agora pela internet descobri que o diretor, Jon Blair, é inglês, e que o filme tem o nome oficial de Dançando com o Diabo, que surgiu de uma das falas do pastor explicando sobre como desistiu do tráfico: "Percebi que tinha duas alternativas: caminhar com Deus ou dançar com o diabo", disse o pastor Dione, em uma das primeiras cenas do filme.
O acesso do pastor nas favelas comandadas pelos diferentes traficantes é impressionante, e ele tem acordo de trégua com todos eles, o que permitiu à equipe de cinegrafistas estrangeiros gravar todos os depoimentos. Tem histórias impressionantes, carregadas de violência, e retrata um Rio de Janeiro muito famoso depois de Cidade de Deus, só que no caso não é ficção, mas um retrato da realidade. A camisa do Flamengo de um dos bandidos, bem atual, nos dava indícios de que o filme era bem recente, e descobri agora que ele estreou no Festival de Cinema do Rio de Janeiro no ano passado. A última informação que achei na internet é da época do festival, e revelava que os produtores procuravam um meio de distribuí-lo no Brasil. Não sei se existe um meio oficial de distribuição, mas os camelôs de Ilhéus já tem...
Ah sim, e pra não dizer que saí daqui sem nenhum machucado: ontem raspei a perna descendo do carro. Não to falando isso pra fazer drama, mas pra compartilhar com vocês uma constatação de utilidade pública a que chegamos. Nas palavras de Thomaz: "a Strada cabine dupla foi feita pra caber pessoas no banco de trás, mas não foi feita para que essas pessoas entrem ou saiam de lá!" Resumindo, é um parto entrar e sair no banco de trás daquele carro. A sorte é que por ser grande acabei ganhando o banco da frente na maioria das vezes em que estava de passageiro...
Palavrinhas:
Lá ele: pra mim é uma interjeição de surpresa ou incredulidade, mas o Thomaz talvez possa esclarecer melhor...
Botar pocando: o pocar você já conhecem, mas botar pocando é o mesmo que "botar pra fuder" ou pra "ferver", como diria o KLB...
Vou parar por agora no sábado e deixar pra falar sobre o domingo mais tarde.
"Ela me deu um vale-night, ô ô Ô"; violência na TV e chuuva!
Desde a chegada do Botão à Bahia a chuva não foi grande problema, em Uruçuca não fazia muita diferença já que a gente bebeu do mesmo jeito. Quando fomos à praia - coincidência! - também não encontramos com a danada. Mas no sábado, Ilhéus só fazia chover e chover e chover. Minha tese sobre "cidade papel crepon" se confirmou outra vez e isso serve para a maioria das cidades praieiras com mais de dois séculos de existência. Quem foi ao Rio ou Salvador vai perceber que o fenômeno é o mesmo.
Enfim (lê-se anfãn), cruzamos com a bicha (xii) no sábado e que bom que foi no Trivela, pois quando a festa começa ninguém nota se há chuva, neve, merda de pomba ou qualquer outra coisa, é incrivel.
Aliás, o Botão me perguntou se havia chovido durante o show, "no que eu fui choveu", foi a resposta. Pouco a acrescentar sobre a descrição da festa, quem freqüenta esses shows é parecido no mundo inteiro. E o Asa é bom, muito bom, não tem nenhum virtuose das guitarras ou grandes vocalistas, mas me parece que a banda tem a fórmula ideal para animar uma festa. O espírito das pessoas que estão lá também contribui muuuito.
Como a gente se perdeu (duas vezes), resolvemos curtir à nossa maneira e ficamos com poucos casos em comum para comentar. Essas festas em Ilhéus sempre são engraçadas pra mim, pois encontro pessoas que não lembram do meu nome ou de mim e quando reconheecem emendam um "pooooooooorrrrrrraaa, você tá diferente pa caraalho!" e dessa vez não fugiram à regra. O bom é que pude me desculpar com alguém a quem devia escusas há uns nove anos e vi um grande amigo de minha irmã na época da escola e que, por tabela, se tornou um grande amigo meu também. Além de primos, conhecidos, etc.
Quanto ao vale-night, eu e o Botão conhecemos uma menina que usa vale-night. O detalhe é que ela e o namorado estavam na mesma festa quando o acordo passou a vigorar e invariavelmente eles devem ter se encontrado durante o furdunço. Querem saber se deu certo? Lóógico! Esse negócio de ciúmes tá virando passado.
Trocando em miúdos: "Lá ele" é similar a "Deurmelivre", "vôte", "cê tá doido?", etc. e há o adicional de "oxi, lá ele!". Os baianos estão lendo podem me ajudar, acrescentem aí nos coments.
P.S.: Ouçam Leoonii, "Alice não me escreevaaa, aquela carta de amoorr" e por aí vai. Botão falou em "Táxi Lunar", mais Geraldo Azevedo, e Asa de Águia (WHY NOT?). No próximo comento sobre o DOC, ficou grande demais.
P.S. 2: Eu quero deixar claro que além dos familiares que coloquei no texto "viva o povo baiano" existem outros que amo igualmente, como tio Nado, tio Harley e tia Ivana. Amo meus primos e amo demaaaaaaiiiiiiisssss meu sobrinho e afilhado Enzo, que ainda não me ensinou muita coisa, uma vez que só fala "mamãe e papai", e ainda assim nos momentos de maior apelo.
Um beijo e um queijo.
Thom, vc tem umas sacadas que me fazem morrer de rir, que nem uma tonta, sozinha!
ResponderExcluirPra variar, amei o post!
Ah! Não vi ainda o comentário sobre uma expressão que só usamos aí e por aqui faz as pessoas rirem, o tal "hora de relógio"...tipo: de uruçuca a ilhéus, levamos meia hora de relógio.
Flw!
aeeeeeee, o grande amigo dessa moça q comentou antes de mim sou eu!!! hahahahahaha... Bom te ver, cara... Gostei do blog, uma boa visão dessa terra de meu deus q eu gosto tanto... ;) abração
ResponderExcluirTbm te amo Tom!!! se eu soubesse que voce gostava tanto de Geraldo Azevedo teria te dado todos os Cds que tinha dele. Eu o curtia muito, hoje não mais, até perceber que ele é fanho e como eu não tenho a menor paciência em ouvir alguém assim, dei todos os cds dele que possuia.
ResponderExcluirOuça Elomar, vale a pena, pelo menos nao é fanho é só inconstante, mas no cd ninguém percebe, só quando ele está no palco.Beijão
kkkkkkkkkkkkkk para tudooooooooooo, Geraldo Azevedo não é fanho!!!!!
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